Letters to my son

Mais um mês de confinamento, mas que foi cheio de peripécias. Foi neste mês que foste experimentando todas as novas prendas que recebeste. Desde do medo inicial em te sentares na mota eléctrica até depois não a largares nem por nada. Só não dormia no quarto contigo porque nunca calhou (e tanto o pai como a mãe deixaram); passando pelas peças da Lego que brincaste quase todos os dias; e terminando na trotinete que foste aprendendo a andar e que tantas histórias trouxe ao longo do mês.
Foi também um mês onde foste saindo de casa a pouco e pouco. Primeiro com a ida a Tomar, onde o barulho das máquinas de cortar o mato deixaram-te muito assustado e fizeram com que não aproveitasses tão bem esses dias fora de Lisboa no campo. E que também fosse um fim-de-semana só de trabalho e quase nada de descanso.
Mas se nestes dias não foram os melhores, quando regressaste ao campo, mais concretamente ao Sardoal, tudo mudou. A alegria de poder andar o dia todo fora de casa no meio do quintal a brincar com cães e gatos, só fez com que viesse ao cima toda a tua alegria e todas as brincadeiras que as crianças da tua idade têm. As festas nos cães e nos gatos, mexer na terra das flores, apanhar morangos e estragar flores foram só algumas das muitas actividades que foste tendo. Mas as descidas vertiginosas na tua trotinete foi das coisas que mais gargalhadas te arrancaram e mais sustos pregaste à tua mãe. No fim tudo correu bem e ficou mais esta história para contar.
Mas destes dias no Sardoal existem mais memórias (e imagens e vídeos) da ida ao rio. O que era só para ser um passeio à beira-rio passou rapidamente a ser um dia de pés descalços na areia, de mergulhos no rio, de roupas todas molhadas e de falta de toalhas e de uma muda de roupa. Mas o sorriso que estava estampado no teu rosto e a alegria com que brincavas no rio e na areia chegou para que as restantes dificuldades fossem ultrapassadas.
Mais um mês, o primeiro do período dos dois anos que todos avisam que é dos mais complicados a nível das birras, dos choros e dos gritos. Mas cá estaremos para te educar da melhor forma e para te mostrar que a vida é muito melhor sem birras.

When you teach your son, you teach your son’s son.” by The Talmud