Letters to my son

Quando se aproxima a passos largos o teu primeiro ano de vida, este mês foi tão cheio de vida e de novas descobertas.
Iniciou-se logo com uma nova celebração: o Dia do Pai. Um dia diferente na creche, porque no final do dia houve uma actividade tua com o teu pai onde tiveste o prazer de começar a mexer em terra e sementes, enquanto o pai criava em conjunto contigo o próprio presente do Dia do Pai. A tua cara de curiosidade enquanto mexias na terra é algo que vai ficar na memória do pai e da mãe durante muito tempo. Logo quase de seguida um passeio pelo jardim para mais uma novidade: andar/gatinhar descalço na relva. Do choro inicial por estares descalço sobre a relva depressa passou a gargalhadas e tentar agarrar a relva.
Como foi um mês de passeios e visitas, tiveste direito a visitar pela primeira vez o Oceanário de Lisboa. Uma visita feita quase sempre ao colo da mãe, sempre bastante intrigado sobre tudo o que se passava à tua volta. A tua pequena cabeça parecia um farol a virar-se para todo o lado sempre a querer descobrir tudo o que se encontrava à tua volta. Sentado em frente ao tanque principal enquanto admiravas todos os peixes a nadar lá dentro e mexeres os braços na tentativa de apanhar mais um tubarão que passava à frente de ti, só demonstra o quanto estavas a gostar de estar por ali. Ou mesmo deixares sair pequenas gargalhadas enquanto vias os peixes coloridos dos vários aquários. Isto apesar de ainda nem sequer teres a noção do mundo novo e gigantesco que estavas a presenciar naquele momento.
Foi também um mês em que tiveste a tua primeira queda (e esperamos a única) da cama dos pais. Serviu acima de tudo para ensinar-te a descer da cama primeiro com os pés em vez de com a cabeça. Foi também o mês em que foste à primeira consulta de fisiatria e em que levaste uns apertos em algumas sessões de fisioterapia respiratória. Pequenos momentos de “aperto” para o teu pai e a tua mãe, em que te viam a chorar enquanto fazias a fisioterapia e nada podiam fazer. Mais uma viagem à terra com direito ao primeiro “beijinho” mais bruto de um cão com quem tu tanto brincavas e continuaste a brincar sem qualquer receio.
A um mês de teres um ano de vida, as birras e as noites mal dormidas foram mais que muitas. Mas mesmo assim foi um mês de tantos sorrisos e abraços teus que enchem sempre os corações do teu pai e mãe. Mesmo quando não dormias tão bem, aquele teu sorriso matinal fazia com que o dia de trabalho corresse melhor, com uma energia revigorada.

It is not flesh and blood but the heart which makes us fathers and sons” by Friedrich Schiller