Letters to my son

Começar mais um mês de vida com uma consulta com o teu pediatra trouxe novos desafios para ti, para mim e para a tua mãe. As caretas que tu fizeste quando provaste a primeira colher de sopa (tens que nos pedir o vídeo, porque até tu te vais rir). Mas depois de algumas voltas e testes, a forma como até davas às pernas, impaciente com a próxima colher… E a fruta? Novamente má cara na primeira colher, mas depois todo um despachar enquanto comias.
As novas cadeiras que tiveste para podermos descobrir onde te sentias melhor. Depois de escolheres a eleita, o glutão que tu eras a comer. Mais sopa e fruta houvesse nas tuas taças, mais tu querias comer. Mas à noite, aquele leitinho antes de ir para a cama tinha que ser. Depois da banhoca e do leitinho, o sono dos justos chegava a ti e dormias agarrado à tua amiga de sempre, com som ou sem sono, com a música já engasgada das pilhas fracas ou em toda a sua plenitude ao nível da energia.
Agora que o sono começava a ser rotina bem delineada (na maior parte das vezes) os teus pais perdiam-se no tempo a observar as posições das tuas mãos durante as sestas e o sono. Desde ter as mãos no ar como se tivesses sido apanhado, passando pela posição das mãos a tapar os olhos como se tivesses uma luz que te incomodava, continuando pelas tuas preferidas sempre agarrado a alguma coisa: a beira do Next To Me, a chucha e claro está a tua amiga de “longa” data, a ovelha Lilly.
Novas vacinas, mas sempre o mesmo desfecho. Os teus pais esperam que seja sempre assim ao longo do tempo. Verás nas próximas histórias como terá corrido…
E a baba que aparecia por causa das cócegas que os dentes começavam a dar. Sempre as mãos na boca a tentar morder para tentar controlar a sensação desses dentes que iriam aparecer. E quando tentavas abocanhar o ombro do pai enquanto as mãos agarram-se ao que estivesse literalmente mais à mão. Numa dessas vezes adormeceste no ombro do teu pai, num recanto só teu onde a cara encostava no ombro e no pescoço do pai ao mesmo tempo.
Por fim, foi nesta altura que ficaste a saber que ias ter mais um “primo” ou “prima” para brincares e também  tomar conta. Uma surpresa que deixou os pais muito contentes e que teve o condão de arrancar uma magnífica gargalhada tua.
Mais um mês e mais umas novas experiências de vida que chegaram cá a casa. Em breve uma nova aventura irás ter ao longo dos teus dias, quando fores conhecer novas pessoas que vão estar na tua vida e que também elas vão ter o prazer de passar na tua vida.

“O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem, por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.” – Álvaro de Campos