O regresso das férias com direito a companhia do primo para além da mãe, todos os dias, todas as horas. A primeira pancadinha na cabeça, as noites “normais” em que só acordas uma vez durante a noite e que por isso tudo descansa mais lá em casa.
E o tempo que passas a “falar” num só jeito só teu ao final do dia com o teu pai. Como se tivesses a fazer as queixinhas do teu dia e onde o teu pai te conta como foi o dia dele. Tudo isto com uma banhoca boa. E as manhãs em que acordas logo cheio de vontade para “falar” com a tua mãe, para contares como vai ser o teu dia e como no futuro vais mudar o mundo.
Mais viagens, desta vez a Tomar para conhecer mais do passado da tua família. Para ver o pai e o tio a trabalharem no campo enquanto a mãe, a tia e a tia-avó trabalhavam na casa. Depois a viagem com amigos dos pais, num fim-de-semana de piscina, churrascos e descanso… E colo, sempre muito colo das “tias” e “tios” que não resistem à tua “fofice”.
Se tu te pudesses lembrar da alegria da mãe na manhã da primeira noite que tu dormiste a noite toda sem parar. Priceless… E logo depois umas noites em que não deixaste dormir ninguém, em que estavas chateado com o mundo. Todas as tuas expressões enquanto “falavas” com os avós e tia da ilha, como se estivesses a sugar toda a aprendizagem e queres comunicar com eles, numa língua que só tu entendes e que todos nós tentamos compreender a pouco e pouco.
Depois mais uma ida à praia, desta vez na Costa da Caparica, onde voltaste a pisar areia e onde dormiste um sono dos anjos na toalha da mãe, em plena sombra da tenda e do chapéu, mas sobre a areia da praia. E que no mesmo dia estiveste na tua primeira piscina, sentadinho com água pelo cuzinho sempre com o primo Tomás a molhar-te as perninhas.
E as noites mal dormidas em que assim que a chucha caía era logo um berreiro de todo o tamanho. E o fim-de-semana no Alentejo? Em que mergulhaste pela primeira vez numa piscina. E logo em três dias seguidos, ao final do dia, em que primeiro foste com a mãe, depois com o pai e no fim com a avó. Depois vês os vídeos que o teu pai babado foi fazendo enquanto estavas de sorriso enorme e ias dando às perninhas e aos bracinhos. Em que aproveitaste para dormir sestas depois de almoço ao colo do pai, os dois de boca aberta enquanto na televisão dava a Volta a Portugal em Bicicleta.
O regresso a Lisboa e os passeios pelo parque enquanto se vê o primo a andar de bicicleta e se exercita as pernas.
Três meses de amor que não se explica e que todos os que ainda não passaram por isto não percebem e os que passaram estão nas nuvens.
“Quando o filho aprende com o pai, ambos dão risada. Quando o pai aprende com o filho, ambos choram.” William Shakespeare