Um dia, quando e se leres estas palavras, quero que percebas que o teu primeiro mês de vida é algo que não tem nenhum tipo de explicação. Passa por ser uma espécie de hipnotismo que eu e a tua mãe temos por ti, desde o primeiro minuto, a primeira hora, o primeiro choro, a primeira fralda, a primeira refeição, o primeiro sorriso, tudo.
Desde o teu nascimento (e até antes) que é tudo novo, tanto para ti como para mim e para tua mãe. As experiências para que durmas o mais descansado possível, as regras que impomos a nós e a ti, para que tenhas uma rotina de tranquilidade para que toda a tua vida seja sem crescendo, tanto de força, como de saúde e até de amor. Cada vez mais amor, é isso que vai enchendo nos nossos corações e vai crescendo o hipnotismo por ti.
A saída de maternidade e a chegada a casa, o deixar de ter a campainha para poder ajudar quando não sabemos porque choras. A aprendizagem para ter a calma suficiente para que tu também possas estar calmo e pacífico. O primeiro banho em casa e o segundo e o terceiro, tudo para os pais aprenderem as tuas manhas e gostos. O não gostares de tomar banho de barriga para cima, mas o prazer que tens ao tomar banho de barriga para baixo, os apoios dos teus braços nos meus ou nos da tua mãe, enquanto eras filmado com a cara de mais relaxe que há na vida. E por emanares esse prazer, criavas ainda mais prazer em mim e na tua mãe.
O primeiro exame médico, a primeira consulta com o pediatra, os teus novos cartões que te vão identificar para toda a vida. O primeiro passeio fora de casa, as viagens às compras. Tudo uma aprendizagem. Mas também todas as extravagâncias: a sessão fotográfica de recém-nascido; a ida aos Santos Populares de Lisboa; a viagem à terra para que todos os tios e tias (uns de sangue, outros de afinidade connosco) que pudessem conhecer e pegar e também eles ficarem hipnotizados contigo.
Não fiques já a pensar que tudo foi neste primeiro mês… Os choros, as dores de barriga, as cólicas, o engasgar a comer, as noites mal dormidas e os nervos que tu pregas à tua mãe. E essencialmente o facto de nunca se saber o que é certo ou errado e estar sempre a “arriscar” coisas novas não sabendo se vais gostar. Não que isto seja totalmente mau, mas é a capacidade de nos deixar sempre na dúvida se te estamos a prejudicar ou não…
Um mês cheio de ti, que vieste preencher a minha vida e vida da tua mãe com o que nos faltava para que a nossa vida fosse ainda mais cheia de amor e preenchida de altruísmo e de protecção por uma vida que não é nossa, mas que é tanto de nós dois.
Um mês meu filho, meu herdeiro, meu amigo. O primeiro mês do resto da tua vida.
“Uma pessoa que nunca cometeu um erro nunca tentou nada de novo.” – Albert Einstein
(Este post já deveria ter sido escrito há quase duas semanas atrás, mas acho que vem bem a tempo.)