Life, oh life

“Eu sei que o meu desespero não interessa a ninguém.
Cada um tem o seu, pessoal e intransmissível:
com ele se entretém
e se julga intangível.

Eu sei que a Humanidade é mais gente do que eu,
sei que o Mundo é maior do que o bairro onde habito,
que o respirar de um só, mesmo que seja o meu,
não pesa num total que tende para infinito.

Eu sei que as dimensões impiedosos da Vida
ignoram todo o homem, dissolvem-no, e, contudo,
nesta insignificância, gratuita e desvalida,
Universo sou eu, com nebulosas e tudo.”

António Gedeão
Ao deparar-me com este poema de um escritor que tanto gosto, revi-me nele. Acho que cada pessoa tem que se situar dentro do seu “Universo”, sendo que se tem que dar a necessária importância a cada uma das pessoas que o rodeiam, não descurando a sua própria importânica para essas pessoas.
É assim que se criam os verdadeiros amigos, os conhecidos e todos os outros a quem nada dizemos, mas que todos fazem parte do nosso dia-a-dia.