Tantos meses de vida fora da barriga da mãe como dentro da barriga. Um início com mais uma visita aos amigos e família do Sardoal. Estás cada vez mais comunicativo com todos e mais desperto para tudo o que te rodeia. Os teus olhos a brilhar sempre que surge comida no teu raio de acção. Os bracinhos a dar a dar e o movimento que começas a preparar para te chegares o mais depressa possível até à comida. Tens que pedir os vídeos porque nem contado, só mesmo visto. Por vezes até os pais ficam com vergonha porque parece que não comes há 15 dias.
E a primeira vez que andaste de baloiço. Um passeio depois de almoço a um jardim com um baloiço mesmo à tua medida. Não sei se gostaste, mas não choraste. Ainda deu para a mãe andar a experimentar fotografias aos saltinhos. Nesses dias também nos presenteaste com as primeiras birrinhas para dormir, mas nada que a paciência do pai e da mãe não chegasse. E a primeira vez em que não quiseste vir com o pai para casa da creche. Por duas vezes que estiveste no colo do pai e foste para o colo da educadora. O pai desculpa-te porque tinha acabado de cortar o cabelo e a barba ao mesmo tempo e tu estranhaste tantas mudanças.
Nova viagem ao Sardoal para um fim-de-semana de aniversário da “tia”, num dos primeiros fins-de-semana em que ficaste com a “avó” em casa enquanto os pais saíram à noite. O pior foi acordar de manhã, quando tu quiseste brincar bastante cedo e tanto o pai como a mãe ainda estavam ensonados. Mas o teu sorriso malandro e as tuas gargalhadas bem audíveis vencem qualquer sono que ainda possa existir e a brincadeira contagia qualquer pessoa.
Este mês, devido ao sol que foi aparecendo, foi altura das brincadeiras no chão da sala. O teu gatinhar, ainda a arrastar, começa a ser tão rápido que já não podemos deixar-te sozinho a brincar. E a tua veia de explorador está a vir ao cima e não há recanto nenhum que tu não vás inspeccionar para descobrir algo novo. Mas o mais engraçado são as gargalhadas que tu dás quando estás ao colo ou no chão em frente ao vidro da janela da sala. Curioso como só tu és, a cuscar tudo o que se passa na rua, sempre com um sorriso no rosto e uns olhos a brilhar. A imaginares todo o mundo que tens para explorar e que vai ser teu daqui a uns tempos, muito mais depressa do que o pai e sobretudo a mãe gostariam.
Quase no fim a visita da avó para passar uns dias contigo, para matar saudades e para te dar um colo que tu tanto gostas. Mas acima de tudo para aprenderes novas formas de brincares e de te educares. E também para a avó ter o prazer de te dar o jantar, que já tem direito a sopa e prato principal e que com os teus 4 quase 7 dentinhos “trituram” tudo o que vai na colher que é levada à tua boca.
A vida vai seguindo o seu caminho e tu estás cada vez maior, mais desperto para o que te rodeia e cheio de pinta. Também se nota bem o feitio que tu tens e as dores de cabeça que vais dar ao teu pai e à tua mãe. Mas cá estaremos para te ver a crescer e a tornares-te um homem com H grande.
“Você é jovem, meu filho, e, com o passar dos anos, o tempo vai mudar e até mesmo reverter muitas das suas opiniões presentes. Abstenha-se, portanto, um tempo de configurar-se como um juiz dos maiores assuntos.” by Platão